dois "L"s


"É como andar de bicicleta...", já dizia a expressão. De que quando aprendíamos a fazer algo que nos desse prazer nem o tempo sem prática nos deixaria "desaprender". Uma vez apreendido pra sempre ficará como uma cultura corporal.
Nesse final de semana me gripei. Essa queda de temperatura na cidade só fazia aumentar a minha vontade de ficar em casa, e acabava servindo de desculpas. Desculpas pra fazer nada. Ficar de bobeira era a vantagem da doença + a brisa gelada do início do outono. Filme, comida, sono... um ciclo interminável. Ao menos eu achava. Convidei uma amiga para vir passar a tarde tomando mate doce no meu apartamento quentinho. Ela saiu do conforto de seu lar e veio até aqui e me convidou para um domingo cultural. Eu pensei: que cargas d'água! ela tá pensando que eu vou sair de casa estando doente e frio?! Tá bom, resumindo a história ela conseguiu.
"E o que tem a ver andar de bicicleta e cultura corporal com frio, doença e tu sair de casa?", vocês devem estar pensando isso, garanto. Mas vamos ao que interessa...
O domingo cultural era um evento feito por um espaço cultural que está precisando de ajuda financeira pra fazer a reforma do prédio. "Um palco sem cupim e um teto que não caia em mim", é esse o slogan da campanha (Não deixe de conhecer e apoiar o projeto.). Nesse domingo teve várias apresentações como dança, esquetes de teatro, música, e também uma oficina de artes circenses. Confesso que eu tinha muita saudade de viver a arte assim como pude reviver nessa tarde. "É igual andar de bicicleta"... Dançar, cantar... relembrar. Pra mim foi praticamente um sinônimo.
Eu luto pela arte. Eu luto por mais espaços como esse que disponibilizem a arte para a população.  Mas para que a gente possa viver a arte tem gente que precisa viver de arte. Entendemos que a arte deveria ser valorizada e também que deveria ser um bem cultural que fosse disponibilizado de graça. Um artista não é nada sem seu público como também não é artista sem sua arte. A valorização da arte vai muito além do querer a arte de graça. Precisam de apoio. Dinheiro! Isso mesmo! Sei que todos vocês me entenderam. Eu tenho apreço por isso e eu pago pra arte. Como pra qualquer outra profissão, o ator, o bailarino, o cantor estuda. Isso mesmo! Faculdade de teatro, dança e música! Não se espantem! Como o engenheiro estuda 5 anos para depois ganhar 5 mil, o artista também estuda o mesmo tempo pra todos quererem seu trabalho de graça... É justo? (deixo assim ficar subentendidoooo ♪)
Dois "L"s. Lembrança e liberdade. Lembrança da liberdade. Lembrança da liberdade que a arte me proporcionava. Lembrança da liberdade que a dança me proporcionava. Liberdade que o artista proporciona. Liberdade de lembrar. Liberdade de expressar. Liberdade de viajar...
Controladamente ele descontrola.
Descontroladamente ele é controlado.
Controladamente ele controla e é descontrolado controlando pra descontrolar.

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