confesso.

confesso que não gostaria de compartilhar apenas meus momentos de tristeza.
confesso que queria ter a mesma facilidade de escrever quando estou alegre.
confesso que sem meus desabafos aqui eu seria uma pessoa insensata.
confesso que a minha insanidade causa revolta em mim mesma.
confesso que quando eu amo quero ser correspondida.
confesso que não encaro bem a morte.
confesso que quero atenção.
confesso que quero que me digam o que eu quero ouvir em certas horas.
confesso que me revolto quando brincam com o que eu sinto.
confesso que meu amor pelos meus amigos é o maior do mundo.
confesso que amor de amigo é diferente de amor de pais.
confesso que meu irmão é o chato mais querido que eu poderia ter.
confesso que é difícil me confessar.
confesso que em situações difíceis eu prefiro ficar só.
confesso que tenho vergonha de chorar na frente das pessoas.
confesso que gosto do meu sorriso.
confesso que gostaria de um rímel que não saísse com as lágrimas e uma maquiagem que não borrasse.
confesso que cada um que lê as merdas que eu escrevo é especial.
confesso que tenho as melhores amigas do mundo e não divido elas com mais alguém.
confesso que odeio quando meus amigos ficam amigos dos meus outros amigos.
confesso que meu ciúme é forte demais e que perco o controle.
confesso que dor da perda é a pior do universo.
confesso que gostaria de ter mais intuições claras.
confesso que sou fraca.
confesso que me amo assim como eu sou e que não mudaria muita coisa em mim.
confesso que admiro quem me atura.
confesso que depois de cada briga meu coração enfraquece e acaba sedendo.
confesso que sou do tipo orgulhosa que não quer correr atrás.
confesso que sempre acabo correndo atrás.
confesso que já quebrei promessas.
confesso que eu já traí a confiança de alguém.
confesso que se fosse vocês eu não confiaria em mim mesma.
confesso que tenho facilidade em falar da minha vida.
confesso que gosto de falar de mim.
confesso que quero aprender a escutar mais.
confesso que quero uma profissão que dê dinheiro.
confesso que não existe um curso que me agrade.
confesso que é fácil me convencer.
confesso que minha personalidade é forte até ali.
confesso que desisto de muita coisa por medo de tentar.
confesso que confesso que confesso que confesso que confesso que confesso que confesso que confesso que confesso que confesso que confesso que confesso que confesso...

Um minuto de silêncio

Enquanto tudo me remete a tragédia acontecida na cidade que atualmente resido e estudo, abri um vídeo chamado "Um minuto de silêncio" pensando que também teria a ver. Quando vi na legenda o nome Marina Abramovic vi que não se tratava do que eu pensei, mas abri o mesmo e olhei. Uma vez quando estava sozinha em casa eu assisti uma reportagem que falava dessa artista. Em uma citação dela lembro-me bem de uma frase de Marina Abramovic "entre os limites do corpo e as possibilidades da mente", era o que ela transmitia ao seu público em suas obras que eram performances. Voltando ao vídeo que vi, achei no mínimo emocionante a história que ele retratou sendo que foi em questão de apenas 1 minuto.  Das palavras retratadas por Maeve Jinkings apresento a vocês o vídeo.
"nos anos 70, Marina Abramovic viveu uma intensa história de amor com Ulay. Durante 5 anos viveram num furgão realizando performances. Quando sentiram que a relação já não valia, decidiram percorrer a Grande Muralha da China, dar um último grande abraço e nunca mais se ver. 23 anos depois o MoMa de Ny dedicou uma retrospectiva a sua obra. Nela, Marina compartilhava 1 minuto de silêncio com cada estranho que sentasse a sua frente. Ulay chegou sem ela saber, e foi assim."
Como vocês puderam ver Marina retratou o corpo, e como as pessoas lidam com a situação de estarem diante do corpo do outro. Também procurou as inúmeras possibilidades de imaginação, do que a mente proporciona a cada indivíduo e o que ele se possibilita imaginar. Qual é o limite do teu corpo? O que tu permite a tua mente?
A autora dessas obras pode simbolizar seu ultimo abraço com Ulay em sua performance, onde as pessoas se permitiam sentar a frente dela e ficar  em silêncio por 1 minuto. Qual são as reações? observação, curiosidade... o que cada um se permitiu no momento? Ao ver Ulay sentado a sua frente Marina deixa que seus olhos encham de lágrimas, permite sua mente a viajar naquele um minuto, ninguém sabe o que se passou na cabeça dela. Ela trabalhou com seus próprios limites.
Daí vocês podem me perguntar, e o que tem a ver com teu primeiro comentário? Então... digamos que precisamos nos permitir. Se tive vários ensinamentos, um deles foi não bloquear minhas possibilidades. Se acontecer algo e eu estiver braba de chorar, eu choro. Se eu relembrar do fato e me trazer a tona o sentimento, chorarei também. Quando eu lembrar das minhas amigas e amigos que morreram lá naquela boate e me permitir imaginar a forma que eles morreram, o que eles sentiram e o que passou na cabeça deles, vou chorar da mesma forma que vou chorar da emoção de lembrar cada sorriso e cada momento bom que eles com certeza me proporcionaram. Não me deixarei bloquear jamais. Minha lágrima agora é a minha liberdade.

qualquer mensagem de desabafo

Um momento muito difícil na minha vida... bom... por onde começar? digamos que uma tragédia pode nos ensinar muita coisa. Não digo muita coisa do tipo qualquer coisa... Quando a gente vive falando que é necessário valorizar o hoje e quem tá a tua volta e não ter vergonha de dizer um "eu te amo" é de verdade, não é só mais uma dessas frasezinhas clichês que todo mundo usa. Minha cidade acolhedora - mãe -, Santa Maria, sofreu com uma grande tragédia. Ou devo dizer, quando a mãe sofre seus filhos sofrem... EU SOFRI. Quando a gente tem amigos que por nenhum momento tu pode imaginar que um dia podem simplesmente acabar. Isso mesmo, essa é a palavra, acabar. 
Um dia encontro a Raquel na nossa antiga cozinha fazendo aquele almoço de sábado... a nossa massa especial com muito queijo de ficar sentada horas na mesa detonando aquele macarrão mais maravilhoso de todos os tempos. Ou quando tu sai, desesperada, nem 7 horas da manhã a procura dela, independente do estado em algum hospital, sem cogitar que tu poderia encontrar ela apenas deitada no chão de um ginásio com mais 234 jovens, inclusive mais uma amiga e um amigo teu? ..... mortos.... 
Quando em um dia normal de almoço no tão familiar RU, restaurante universitário, tu vê a Andressa na esquina, parada com um grupo de amigos do curso, com a camiseta da festa, a bolsa da veterinária, aquele cabelo lindo preto solto e o mais belo sorriso que ela sempre levava no rosto. Tu pensa em ir cumprimentar e até comenta com o grupo de amigos que tá contigo, mas deixa aquele momento tão "normal" passar sem um beijo de até logo... e depois nunca mais encontra ela a não ser dentro de um caixão.
Forte? não...
Nosso querido violeiro.... Nosso Darta, teus acordes estarão sempre em meus passos de dança. "Chê..." porque tu não foi ensaiar com a gente pro rodeio?
Depois disso... isso mesmo... essa coisa... que dói muito... fico pensando e procurando um motivo pra o acontecimento. Penso em quantas mensagens no facebook me perguntando como eu tava. As inúmeras ligações pro meu celular. Meu amore que, mesmo não se preocupando, ou não acreditando na situação, me deu um apoio gigantesco enquanto eu esperava notícias nada boas, e meu pressentimento já me dizia que não era algo bom? Isso... eu sou totalmente grata a essa pessoinha, que mesmo depois de sermos apenas amigos me mandou uma mensagem "to indo aí, onde tu tá?", chegando lá me deu o melhor abraço do mundo e me fez, depois de alguns dias antes ter dito que jamais ia encher o saco dele, e atordoar a vida dele, acabar quebrando a promessa e, em prantos, dizer que eu amava ele do fundo do meu coração e que eu queria ele pra sempre do meu lado?
ele foi o amigo que eu precisei naquele momento, por mais que foram apenas poucos minutos, talvez uns 15... ficou lá me abraçando e atendeu o meu "fica aqui comigo..." que saiu muito sem jeito...
Não tenho o que te dizer, meu príncipe...
como eu já te disse... é muito bom te ter de volta ao meu lado. Obrigada por atender minhas preces e deixar de ser tão cabeçudo. Aprendeu a arriscar mais né?! Eu te amo. sim... isso mesmo...